Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sexta-feira, 25 de março de 2016

Armando Freitas Filho

MARÇO

O verão ainda atira
com todos os canhões:
chumbo, céu e chão
e as chuvas não quebram
o teto do ar livre
de um negro tão preto
que só pensando
num branco absoluto
para obtê-lo, sem nuvens
para registro nesta folha
enquanto um rio que não molha
mas agulha
passa e arrepia tudo
com suas águas que são pontas
― pregos ― por favor
não olhe o que só quer sofrer
a seco, sem lágrimas.

FREITAS FILHO, Armando. Máquina de escrever: poesia reunida e revista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003, p.449-450.

as cobras, verissimo: "haverá brasil em outros planetas?"

Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.

domingo, 20 de março de 2016

acerca do "perigo" que a cor vermelha parece já representar ostensivamente no / para o país...

...vale a pena refletir sobre a obra "Desvio para o vermelho", 
de Cildo Meireles.

o fascismo das cores

"O Brasil está virando um imenso Fla-Flu ou Gre-Nal em que as normas têm cada vez menos valor e a única pergunta que resta é a cor da sua camisa."

advertências ao futuro do Brasil (a partir do passado da Itália)

do amigo e colega de profissão Luis Guilherme Barbosa

professores do Colégio Pedro II, campus Realengo II, sexta-feira, 18/03/2016